Exposições
AQUILO SOU EU
Auto-retratos de artistas contemporâneos.
Obras da Colecção
[Safira e Luís] Serpa.
Curador: Luís Serpa
De 23 Setembro a 31 de Outubro 2008
Inauguração: 23 Setembro, 18:30
ANÓNIMO | CRISTINA ATAÍDE | MANUEL ALVES
PEREIRA | VASCO ARAÚJO | JOÃO BISCAÍNHO |
TXOMIN BADIOLA | MANUEL BAPTISTA | JUDITH
BARRY | PAULO BERNARDINO | DANIEL BLAUFUKS | ROBERTO BARNI | PEDRO
CALAPEZ | MÁRIO CABRITA GIL | PEDRO CABRITA
REIS | LUÍS CAMPOS | NUNO CARINHAS | JOSÉ
DE CARVALHO (c/ Mário Cabrita Gil) | ANTÓNIO
CERVEIRA PINTO | HANNAH COLLINS | JOHN COPLAN
| CARLOS CORREIA | MANUEL ESTRADA | ECKHARD
FRANK | JAN FABRE | JOEL FISHER | CLAUDIA
FISCHER | HAMISH FULTON | MÁRIO CABRITA GIL |
ROMEU GONÇALVES | CURRO GONZALEZ | MANUEL
GRAÇA DIAS | GERARD HEMSWORTH | NARELLE
JUBELIN | LIDIJA KOLOVRAT | EURICO LINO DO VALE
| JORGE MARTINS | JORGE MOLDER | JUAN MUÑOZ
| BEGOÑA MONTALBAN | MARTA MOURA | MIGUEL
NAVAS | GRAÇA PEREIRA COUTINHO | MARIA
JOSÉ PALLA | SÉRGIO POMBO | KARL RENNERTZ
| ANA ISABEL RODRIGUES | JULIÃO SARMENTO
| GRAÇA SARSFIELD | FERRÀN GARCIA SEVILLA |
CINDY SHERMAN | PAULA SOARES | MICHÈLE
SYLVANDER | SUSANNE THEMLITZ | JOSÉ TROUFA
REAL | JULIA VENTURA | JOÃO VILHENA | ANDY
WAHROL | ROBERT WILSON | CHARLES WORTHEN
No seu ciclo Colecções Públicas e Particulares de Portugal, a fundação carmona e costa apresenta obras da Colecção Safira e Luís Serpa, especializada em auto-retratos de artistas contemporâneos. Aos 72 auto-retratos reunidos no livro editado por ocasião da exposição, que foram realizados e dedicados à Safira Serpa por artistas amigos, juntam-se outras auto-representações de pequeno formato, seleccionadas por entre as mais de 200 peças da própria colecção. Entre as imagens, lêem-se ainda, num desejo de renovar a antiga equivalência ut pictura poesis, citações de autores que pensaram a auto-descoberta e a busca do auto-conhecimento do ser humano. A encenação da exposição, em forma de Cabinet d’Amateur, contempla também dois núcleos de imagens e objectos que, por um lado, registam a radicalidade da experiência e prática artísticas que podem levar até à auto-agressão física, da qual o gesto de auto-mutilação de van Gogh é a referência fundadora e mítica. Por outro, contemplam a mão como o instrumento-mágico-do-fazer do artista, que transpõe o processo criativo plasticamente.
Escreve Margarida Medeiros no texto publicado no livro: «O convite feito a um artista para que se coloque ao espelho e registe a sua própria imagem é um convite a demorar-se sobre essa realidade identitária que nos foge a cada minuto, na qual não nos podemos demorar muito para que possamos continuar a viver. Quando um artista é convocado, por muito informalmente que o seja, como foi no caso do gesto afectuoso de Luís Serpa, a fazer o seu auto-retrato, e o faz, mesmo que contrariado, para agradar a um amigo, confronta-se com a necessidade de exteriorizar uma auto-imagem, de construir uma representação que enuncie qualquer coisa sobre si. Mas qualquer artista sabe que apenas tem de dar qualquer coisa, e que lhe seria impossível fornecer uma imagem una, acabada, total, de si mesmo. Por outro lado, como artista, a sua marca autoral estará sempre ligada à representação que de si fizer e ele sabe-o.»
MANUEL ALVES PEREIRA
Quinta-feira, dia 16 de Outubro de 2008, pelas 18h30
Conversa | Visita Orientada
com Luís Serpa, Margarida Medeiros e Sara Antónia Matos [Moderadora]
Por ocasião da exposição será editado o livro aquilo sou eu uma edição fcc / Assírio & Alvim.
Íntimo e pessoal
um texto de Margarida Medeiros dedicado ao Luís Serpa.
Escrever sobre o auto-retrato é sempre um assunto sobre o qual é difícil manter uma atitude distante, ou académica. Sendo um tema que atravessa a cultura moderna, simbolizado paradigmaticamente no ‘je est un Autre’ de Rimbaud , o auto-retrato é um objecto que é de certo modo familiar, porque convoca fantasmas que assombram a categoria relativamente recente do Eu...
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